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Câmara dos Deputados discute condições de trabalho de pessoas com deficiência e neurodivergentes da CEF e BB

A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados realizou, no dia 13, uma audiência pública sobre as condições de trabalho de pessoas com deficiência e neurodivergentes (como autistas e pessoas com TDAH) da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

O pedido de realização da audiência foi feito pela deputada Erika Kokay (PT-DF), após denúncias de má gestão dos bancos em relação a esses funcionários. “Entre as denúncias, destacam-se a falta de acessibilidade nos ambientes de trabalho, a falta de adaptação razoável para garantir a inclusão, a dificuldade de ascensão na carreira”, exemplifica.

Além dos deputados, foram convidados para participar do debate representantes dos funcionários das instituições, assim como do Ministério Público do Trabalho, entre outros.

Sem política de inclusão

Representantes dos empregados PCDs e neurodivergentes declararam que ambos os bancos tratam o tema somente como uma adequação à lei existente, que garante a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, não se interessando verdadeiramente por política inclusiva.  Aliás, há tentativas de driblar e burlar a lei existente, sendo necessário os sindicatos buscarem auxílio do Ministério Público e da Justiça.

“Por que temos que ir para a Justiça para cumprir uma lei tão importante? Chegar a esse ponto significa que a empresa não trata como, digamos, desejáveis essa pessoas, não querem incluir. Mas mesmo quando contratam, temos visto muita situação de despreparo dos gestores”, declara Mauro Machado, Secretário de Saúde, que representou o movimento sindical.

Machado expôs alguns casos de despreparo e até mesmo de falta de empatia de gestores com empregados autistas e PCDs. “A segunda turma do TST reconheceu que o colega desenvolveu um transtorno depressivo pelo tratamento que lhe era imposto no banco. Ele trabalhava nas mesmas condições dos demais empregados, sem adaptações, com exigência de produtividade, foi contratado como pessoa com deficiência e tinha algumas limitações de locomoção, de movimento dos dedos. O banco exigia a mesma produtividade dos demais. Ele era discriminado pelos colegas, pela chefia, que faziam chacotas, brincadeiras, o que fez com que desenvolvesse o transtorno depressivo”, relatou.

A hostilidade do ambiente de trabalho nesses bancos também foi pontuada. A chamada gestão impessoal, onde a única preocupação é cobrar dos funcionários metas e resultados inatingíveis, deixa de lado o respeito e cuidado ao bem estar e saúde desses empregados, levando-os ao adoecimento.

“É preciso haver um ambiente mais adequado. Os ambientes bancários têm toda, repito, uma lógica impessoal, são desumanizados. Quando há os indesejados — quem adoece, quem tem um problema depressivo, quem tem deficiência —, eles querem se livrar disso. Por quê? Porque na lógica do banco precisa entregar resultados e não pode dar despesa nem trabalho”, afirma o Secretário de Saúde.

Ao final da audiência, a deputada Erika Kokay informou que vai marcar reuniões com as presidências da Caixa e do Banco do Brasil para apresentar  sugestões e criar uma política de combate ao assédio desses empregados.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, tanto a Caixa, como o BB, precisam se adequar às necessidades desses profissionais, promovendo inclusão e garantia de direitos. Uma gestão inclusiva, que valoriza respeito e equidade no tratamento entre os empregados é a solução.

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