Segundo um levantamento do jornal Valor Econômico, após análise de dados da própria Receita Federal, seria possível equiparar a arrecadação federal de hoje, caso a taxação dos ricos seja adotada em conjunto com a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
A medida, de acordo com o estudo, iria arrecadar cerca de R$ 25,5 bilhões em 2026. Montante equivalente ao que deixaria de ser pago pela classe média brasileira.
Os números de 2022, mostram que os super-ricos, aqueles que possuem rendimento médio entre R$ 750 milhões e R$ 1 bilhão ao ano, pagam em média apenas 1,49% de IR.
Ainda de acordo com a Receita Federal, com a aprovação da nova proposta, o grupo dos mais super-ricos, que recebem entre R$ 1,8 milhão e R$ 2,4 milhões por ano, iria ser o mais afetado pela nova taxação, gerando uma arrecadação adicional de cerca de R$ 3 bilhões para o Tesouro Nacional.
Atualmente, a alíquota média dos 141 mil contribuintes de alta renda que o Brasil possui pagam, em média, 2,54% de Imposto de Renda. Enquanto que a maioria dos trabalhadores são tributados entre 7,5% e 27,5%. A distorção é o principal argumento para promover a alteração na lei.
Na visão de especialistas, a necessidade de mudança na legislação deixa claro que existe uma injustiça fiscal no país e o aumento da tributação dos super-ricos atende o que está previsto na Constituição Federal, de criação de mecanismos para combater a desigualdade social brasileira.
Bancários
A previsão é que, caso seja aprovado, o projeto isente 54 mil bancários do pagamento do IR. Além deles, outros 68 mil integrantes da categoria bancária iriam receber descontos nos valores a serem pagos para a Receita Federal.