No último dia 21, o governo Bolsonaro divulgou uma lista com mais nove empresas estatais que pretende privatizar em breve. São elas: os Correios, a Telebras, o Porto de Santos, a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DataPrev), o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores (ABGF), a Empresa Gestora de Ativos (Emgea), o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) e a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Com as que já constavam da carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), chega a 17 o número de estatais cuja privatização está sob estudo. Atualmente, o governo federal tem 130 empresas, sendo 46 de controle direto e 84 subsidiárias.
Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal ainda não foram incluídos no programa de desestatização do governo. Porém, nada impede que um dia destes o presidente acorde com vontade de vender ambos, pois nenhuma empresa pública parece estar a salvo da sanha privatista do governo.
Antes da divulgação dessa nova lista, por exemplo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que até mesmo a Petrobras deve ser privatizada até o final do mandato de Jair Bolsonaro.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru, Bolsonaro promove uma verdadeira liquidação do patrimônio público. Pior, as empresas em questão são responsáveis por serviços e políticas que afetam diretamente à população. O resultado disso será o aumento do preço de combustível e de energia, o encarecimento de juros, dificuldade de financiamento, entre tantos outros prejuízos. Somente a luta pode impedir que o governo entregue esse patrimônio público à iniciativa privada!
Maioria é contra a venda das empresas públicas
De acordo com uma pesquisa encomendada pela VEJA ao instituto FSB revelou que BB e Caixa são as estatais que os brasileiros menos querem ver sob a iniciativa privada. O BB tem a privatização rejeitada por 59% da população e aprovada por 37%, enquanto 4% das pessoas não sabem ou não responderam. Sobre a Caixa, os números são exatamente os mesmos. Segundo dados do Banco Central, os dois bancos estatais respondem, juntos, por 48% do crédito a pessoas físicas no país, enquanto a Caixa representa 70% do crédito imobiliário e o BB, 53% do crédito rural no Brasil.