Nessa terça-feira (31), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, utilizou a rede nacional de rádio e televisão para dizer que a crise hídrica se agravou e que, portanto, “é fundamental que […] participemos de um esforço inadiável de redução do consumo [de energia elétrica].”
Ele disse o seguinte, após lembrar que fez outro pronunciamento em cadeia nacional dois meses atrás: “Hoje, eu me dirijo novamente a todos para informar que a nossa condição hidroenergética se agravou. O período de chuvas na região Sul foi pior que o esperado. Como consequência, os níveis dos reservatórios de nossas usinas hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste sofreram redução maior do que a prevista.”
Segundo o ministro, “esta perda de geração hidrelétrica equivale a todo o consumo de energia de uma grande cidade como, por exemplo, o Rio de Janeiro, por cerca de 5 meses.” Ele afirmou que, “com pouca água nos reservatórios das hidrelétricas, tivemos que aumentar, significativamente, a geração de energia nas nossas termelétricas e estamos importando energia de países vizinhos”.
O pronunciamento foi feito no mesmo dia em que o governo anunciou a criação de uma nova bandeira tarifária, com valores ainda maiores que a bandeira vermelha 2. Ou seja: o valor das contas de energia vai ficar ainda mais alto. Chamada de “Escassez Hídrica”, a nova bandeira custará R$ 14,20 a cada 100 quilowatt-hora (kWh), o que representa um reajuste de 50% na comparação com a bandeira vermelha 2, que custa R$ 9,49.
O Ministério de Minas e Energia também anunciou um programa para incentivar a redução voluntária de consumo de eletricidade para os clientes residenciais e para os pequenos comércios (que são atendidos por distribuidoras de energia) por meio de descontos nas contas. O pagamento desse bônus só será feito na fatura de janeiro do ano que vem.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região lembra que Bento Albuquerque, em seu pronunciamento nacional de 28 de junho, afirmou que “o sistema elétrico brasileiro evoluiu muito nos últimos anos” e que “hoje temos um setor elétrico robusto, que nos traz garantia do fornecimento de energia elétrica aos brasileiros”.
Além disso, é preciso lembrar que uma das primeiras medidas do governo Bolsonaro foi acabar com o horário de verão, que é um reconhecido instrumento para a economia de energia. Lamentável!