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Sindicato participa de audiência pública em Brasília sobre impactos da digitalização e fechamento de agências bancárias

Debate foi promovido pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados

15/10/2025

Crédito: Reprodução/Youtube Câmara dos Deputados

O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, juntamente com o SEEB-MA e o SEEB-RN, participou na terça-feira (14), de uma audiência pública sobre os efeitos da digitalização dos serviços financeiros e o fechamento de agências bancárias no Brasil. O debate foi realizado pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, em Brasília.

A reunião foi solicitada pelos deputados Vinícius Carvalho (Republicanos-SP), Gilson Marques (Novo-SC), Marcelo Queiroz (PSDB-RJ) e Daniel Almeida (PCdoB-BA). O objetivo foi avaliar as consequências econômicas e sociais da digitalização bancária, além de discutir políticas públicas que garantam o acesso da população a serviços financeiros de qualidade.

Representando o movimento sindical de oposição, Rodolfo Cutrim (SEEB-MA) integrou a mesa da audiência. Também acompanharam o debate Paulo Tonon, diretor do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, e outros dirigentes dos sindicatos do Maranhão e Rio Grande do Norte. Participaram ainda representantes da Associação Brasileira de Liberdade Econômica, da Associação Brasileira de Defesa ao Consumidor, Adauto Duarte (Fenaban), além de pesquisadores e outras entidades do setor.

Agências físicas

Segundo o representante da Fenaban, os critérios avaliados para manutenção de pontos presenciais de atendimento em uma localidade são:

  • Sustentabilidade do ponto – receita x custos fixos/variáveis – aluguel, TI, segurança, equipe, caixas, cofre, numerário, quantidade de atendimento – e clientes âncora, como exemplo, prefeituras.
  • Capacidade para atender à demanda por diferentes canais e crescimento nos volumes de transações por serviço e canal.
  • Impacto da legislação e regulação, uma vez que instituições não bancárias, como cooperativas e fintechs, são favorecidas por normas mais flexíveis, o que afeta a competitividade do setor bancário tradicional.

Impactos do fechamento

Em 2024, os cinco maiores bancos concentraram mais de 85% das operações de crédito no país e somaram lucros superiores a R$ 100 bilhões. No mesmo período, mais de 1.500 agências foram fechadas e milhares de empregos bancários foram extintos. Segundo o Banco Central, nos últimos dez anos, 7.252 agências encerraram suas atividades em todo o Brasil.

Durante a audiência, foi citado o caso de Presidente Alves (SP), exibido recentemente em reportagem do Jornal Nacional, como exemplo do impacto desse processo. Desde dezembro, os quase 4 mil moradores da cidade estão sem nenhuma agência bancária. As únicas opções são dois correspondentes bancários instalados em uma casa de rações, que realizam apenas algumas transações, ou deslocar-se até Bauru, a mais de 50 km de distância.

“O táxi cobra R$ 200 só para levar. Se for para esperar, eles cobram mais”, relatou um aposentado à reportagem.

Aumento da desigualdade

Durante o debate, Rodolfo Cutrim (SEEB-MA) ressaltou a importância dos presentes discutirem e proporem mecanismos de regularização que reprimam o fechamento indiscriminado de agências, evitando a exclusão financeira de populações vulneráveis, como idosos, moradores de áreas rurais e famílias de baixa renda.

“A tecnologia faz parte da sociedade, mas temos que entender que, nesse contexto de alta desigualdade no nosso país, o processo de acesso à digitalização e aplicativos não se dá de maneira igualitária”, afirmou.

Combate e resistência

O advogado e professor Fabiano Jantalia Barbosa também participou da audiência e afirmou que o modelo tradicional de agência bancária tende a desaparecer. “A digitalização não é uma tendência, é uma realidade. Não adianta resistir a ela, nós temos que saber lidar com ela”, disse.

O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região não concorda com essa afirmação. Para nós, enquanto houver trabalhadores da categoria e consumidores, haverá resistência à retrocessos, à injustiça social e ao desemprego.

A íntegra da audiência pública está disponível no Youtube da Câmara dos Deputados, confira aqui: https://www.youtube.com/live/gj2c3PBZe1U

Representantes da oposição bancária (SEEBBAURU, SEEB-MA, SEEB-RN, entre outros)

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