No último sábado (9),  durante videoconferência promovida pelo Itaú BBA, Paulo Guedes, ministro da Economia, chamou os brasileiros de “trouxas” ao criticar a concentração do sistema bancário no País.

“Em vez de termos 200 milhões de trouxas sendo explorados por seis bancos, seis empreiteiras, seis empresas de cabotagem, seis distribuidoras de combustíveis; em vez de sermos isso, vai ser o contrário. Teremos centenas, milhares de empresas”, disse o ministro.

A ofensa foi dita enquanto Guedes defendia reformas estruturantes no Brasil para estimular investimentos e criar uma classe média empreendedora como forma de estimular a economia. Segundo ele, desta forma, haveria maior valorização dos trabalhadores, já que a mão-de-obra seria menor.

Candido Bracher, presidente do Itaú BBA, que também estava participando da live, não fez nenhum comentário sobre a fala do ministro. No entanto, Guedes tentou amenizar a situação, declarando que não foi uma recriminação a algum banco específico ou a uma determinada empreiteira, e buscou ressaltar que as seis maiores instituições financeiras do Brasil (Itaú, Banco do Brasil, Caixa, Santander, Bradesco e Safra) foram as que conseguiram sobreviver ao ambiente econômico hostil do Brasil.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a disponibilidade de Paulo Guedes em participar constantemente de lives e eventos com banqueiros, causa estranhamento e na visão da entidade, é um claro conflito de interesses. Além disso, sua fala ofensiva é típica do governo Bolsonaro, que diariamente desrespeita, insulta e debocha dos trabalhadores.