Conforme já noticiou o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a reestruturação da Caixa Econômica Federal está suspensa por força de uma liminar obtida pela Contraf. Isso porque o banco deu início às mudanças sem qualquer negociação com o movimento sindical, o que foi considerado irregular pelo juiz.
Mas, apesar da liminar, no dia 17 a Caixa reabriu o processo de movimentação dos empregados, com prazo final para o dia 2 de março. Para o Sindicato, ao agir dessa maneira a Caixa desrespeita a determinação da Justiça.
Ao conceder a liminar em favor dos trabalhadores, o juiz disse o seguinte:
“Defiro a tutela antecipada para determinar o imediato sobrestamento do processo de implementação do novo plano até que haja a realização de reunião e de tratativas no âmbito da Mesa Permanente de Negociação e para reformular o cronograma de adesão, fixando novos prazos para adesão por qualquer dos empregados da reclamada, em prazo não inferior a 15 (quinze) dias, em atenção ao princípio da razoabilidade, a correr após a conclusão do trabalho da aludida Mesa Permanente de Negociação.”
Ou seja: antes de mais nada, a Caixa deve concluir o processo negocial com o movimento sindical, e, depois disso, deve apresentar um novo cronograma para adesão à movimentação, com prazo de, no mínimo, 15 dias.
Nesse sentido, o Sindicato pede cautela aos bancários, afinal o processo de negociação ainda não se esgotou – há uma audiência marcada para o dia 4, e até lá a tutela antecipada está mantida. O bancário que sofrer pressão ou assédio no sentido contrário deve avisar a entidade.
O Departamento Jurídico do Sindicato se reuniu no dia 19 e, com base em documentos que provam o desrespeito à decisão liminar, decidiu ajuizar um novo processo contra a Caixa.
Fissura na SR
Além de estarem no alvo da reestruturação, os empregados lotados na Superintendência Regional ainda estão tendo de se preocupar com o próprio prédio onde trabalham, que está “tremendo”. Engenheiros da Caixa fizeram uma vistoria no local e, de fato, encontraram uma fissura no prédio. Para confirmar o laudo dos engenheiros do banco, o Sindicato solicitou uma fiscalização também da Defesa Civil de Bauru.
Lucro recorde
No dia 19, a Caixa anunciou lucro líquido recorde de R$ 21,1 bilhões em 2019, 103,3% maior que o de 2018. Segundo o banco, o lucro gigantesco se deveu, principalmente, à venda de ativos e à reestruturação de seu balcão de seguros. Já o lucro líquido recorrente, que exclui eventos extraordinários, foi de R$ 14,7 bilhões, tendo crescido 20,6%.
“A Caixa é rentável demais para ser privatizada”, diz Alexandre Morales, diretor do Sindicato.