Numa matéria publicada nessa terça-feira, dia 17, o Sindicato dos Bancários de São Paulo relata que o Itaú está convocando para o exame periódico, prioritariamente, empregados com mais de 15 anos de banco, e que depois de algum tempo está demitindo muitos dos que têm doenças de ordem emocional ou psicológica (depressão, síndrome do pânico, síndrome de burnout, crise de ansiedade…).

Quando o trabalhador diz que tem algum problema emocional, ele é encaminhado para o “Fique OK”, programa do Itaú que oferece assistência social e psicológica. O problema, segundo o sindicato, é que “os profissionais do programa sempre demonstram alinhamento com a empresa: colocam que o problema psicológico tem origem na vida pessoal, procurando descaracterizar qualquer tipo de correlação com o trabalho para afastar a responsabilidade do banco”.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, o Itaú está se aproveitando deste momento de pandemia, que está causando distúrbios em muita gente, para enxugar seu quadro de funcionários e, desse modo, aumentar seus lucros.

Como se já não bastassem a sobrecarga de trabalho, as metas absurdas e o assédio moral cotidianos, agora está aí o novo coronavírus para assombrar os bancários, que, por exercerem uma atividade considerada essencial, estão todos os dias em contato com o público, correndo o risco de serem contaminados.

Isso tudo é alimento para doenças psicológicas, que inevitavelmente deprimem os bancários. E o Itaú, sabendo disso, demite quem se encontra nessa condição alegando “baixa performance”.

Assim, a orientação do Sindicato é que os bancários procurem tratamento com profissionais da saúde de sua confiança, e que não hesitem em contactar a entidade sempre que precisarem de ajuda, até mesmo de ordem emocional.